domingo, 16 de outubro de 2011

Marrom.

Castanhas. Brincam, desenvoltas, em volta das pupilas, as iris.
E tudo gira, então, desde que entrei naquela brincadeira.
Castanhos. Castanhos e ondulados. Como um mar de marrom num dia frio.
Os fios emaranham-se em desarranjos quase líricos.
E tudo se perde, então, desde que escutei aquela música.
Um brilho juvenil açoita-me o juízo,
penitência para uma vida desregrada, pobre de mim.
Autoflagelação desnecessária... Aquela que abandonara tempos atrás.
Risco, acendo, olho.
E o circo enfim começa a queimar.
Numa frase incerta a consolidação do maior medo.
Numa resposta certa, a certeza do engano inicial.
Mergulho, sem frio, no mar de marrom.
Girando e perdida.
Encaro as castanhas iris em busca de respostas (ou das perguntas certas, será?)
para talvez descobrir, por fim, como pude entrar
e como sair incólume desta tão arriscada quanto deliciosa brincadeira.
Enquanto caminho sem as respostas ou perguntas certeiras,
vou me enchendo de castanhos,
me perdendo nos castanhos.
Um dia, quem sabe, eu me encontre novamente, ou não.

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