quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Inominado

E é tanto do meu eu que é seu que me procuro em mim e me perco. Só volto a me encontrar ali, tão fora de mim, tão dentro dos seus olhos.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Encaminhe.


Diante dos teus olhos,
perdida.
Atrás de mim caminhos tortuosos, escuros.
Jamais saberei como cheguei aqui.
Jamais saberei como voltar,
não sei sequer onde estava.
Não importa.
Dentro ou fora de minha cabeça (a sensação de embriaguez não me deixa saber)
vejo seus olhos.
E eles me pedem, ou melhor, eles suplicam por algo.
Algo que eu sei que não posso te dar.
Retorno o olhar.
Como num último lampejo de esperança tento te prender
em minhas retinas, em minha memória, em mim.
Luz forte me cega e fascina,
atordoa e amedronta,
eu, perdida, quero te prender.
Não sei onde estou, pra onde vou, de onde vim,
mas te quero comigo em quaisquer desses lugares.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Samba de Corpo

Queria um coração bumbo
para marcar num compasso firme, 4/4, num só tom,
toda a minha vida.
Doce ilusão.
Nasci com um coração pandeiro, esse danado.
Se por um instante vacilo, já toca em dissonante...
E como soa diferente...
A cada toque em seu couro descubro um novo tom.
Tão difícil de manusear esse coração pandeiro...
Mas vou aprendendo, um dia entendo todos os sons que ele pode emitir
e levo a vida em partido alto, num samba de corpo, assim,
tão dentro de mim,
que só eu poderei escutar...