terça-feira, 24 de maio de 2011

Aqui Jaz a PALAVRA...

A palavra... O que seria então de nós sem essa coisa tão simples e tão abstrata?! O que seria do ser humano sem a palavra?! Eu tenho um carinho especial pelas palavras. Elas me deixam expressar meus sentimentos quase como se eu estivesse compondo. Na verdade é uma composição, uma composição sem acordes, sem tempos, sem rimas, sem compassos, sem instrumentos. Gosto de dar emoção às palavras. Gosto que elas passem uma verdade limpa sobre mim, ainda que às vezes essa verdade pareça maior do que realmente é, mas isso é só um pouco da força das palavras. É preciso sentir grande pra interpretar grande. Se o peso das minhas palavras soa para ti maior do que eu realmente quis dizer, não é minha culpa, é culpa sua, que se deixou levar por esses caminhos da interpretação. Acho que nasci fora de época. Como meu grande amigo Murilo Hamati, que aqui comigo usa e abusa das palavras, costuma dizer: deveríamos ter vivido uma outra geração. Não admito a banalização da palavra, a palavra tem que ser bem usada. Quem usa as palavras com emoção hoje em dia ou é poeta, ou louco, ou brega. Chamem de brega, eu prefiro romântico. E isso nada tem a ver com fazer do amor a cura de todas as doenças e o veneno de todas as mortes... Não, isso tem a ver com sentir e se permitir demonstrar. No mundo banal do AGIR se tem esquecido do SENTIR, do fazer sentir, do saber expressar o sentir. Na falta de saber se expressar é que se age, se age impulsivamente, e se magoa. As palavras são o caminho mais longo e mais gostoso para se chegar ao agir, e quando se age sabendo o que se quer é tudo muito mais forte, mais belo, mais limpo. Porque deixam atrás de si um caminho de palavras, de palavras que puxadas uma a uma te dão a certeza de onde chegou e te mostram o caminho de volta, caso se arrependa. 

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